13 fev Problema psiquiátrico afasta, em média, dois políciais militares por dia em SP
Ser policial militar é trabalhar e viver em constante estresse. A vida de um policial é desgastante e interfere diretamente na sua saúde psicológica.
Uma reportagem da Folha de São Paulo revelou que, em média, dois policiais militares foram afastados por transtornos psiquiátricos por dia no período entre janeiro e setembro de 2018. No mesmo período de 2017, o número de afastamentos foi de 454, ou seja, houve um aumento de 22%.
Segundo especialistas, o afastamento do trabalho é o último estágio do problema, quando a situação está em seu ápice. O problema reside na burocracia encontrada para que esse afastamento seja efetuado.
No caso dos policiais, é necessário que a junta médica da corporação autorize o afastamento, porém, há uma certa dificuldade nessa obtenção, até mesmo por parte do estado, exigindo que, em casos específicos, o policial precise buscar uma determinação judicial para ser afastado.
NATUREZA DA CRISE
Segundo informações da própria Polícia Militar, desde 2010, mais de 11 mil policiais foram afastados por transtornos psiquiátricos.
A reportagem da Folha conversou com um especialista da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) que explicou os motivos que levam esses profissionais a serem tão sujeitos a transtornos psiquiátricos.
Além de lidar com o estresse habitual da profissão, com violência rotineira e longas jornadas de trabalho, quase sempre noturna, o policial também precisa enfrentar a própria cultura da corporação, onde o lema é sempre ser o mais forte, mais preparado e sem medos ou fraquezas. Sentir a necessidade de ir ao psiquiatra, de fazer terapia é visto como feio, como sinal de frouxidão. A saúde mental do policial é escanteada pelas autoridades, tanto da corporação quanto do governo.
A crise econômica ajuda a piorar a situação, já que o profissional precisa, além de lidar com problemas do trabalho, que já são estressantes por si só, ainda precisam se preocupar com problemas familiares e financeiros, exigindo que muitos desses policiais acabem precisando fazer bicos ou ter outro emprego para fechar a conta no verde ao final do mês.
NÚMEROS QUE ASSUSTAM
Especialistas afirmam que o número de policiais com transtornos psiquiátricos são maiores do que os dados oficiais mostram, ainda que muitos ainda não cheguem ao limite de precisarem ser afastados.
Segundo um especialista em segurança pública entrevistado pela Folha de São Paulo, o número de policiais vítimas de suicídio é maior do que o número de policiais que morrem em confrontos no estado de São Paulo.
MUDANÇAS
A Polícia Militar, em nota divulgada a reportagem, disse que os índices de prevenção são expressivos e que os afastamentos por problemas psiquiátricos apresentam uma tendência significativa de redução, comparando-se os anos de 2014 e 2017.
Ainda segundo a nota, a estrutura de atendimento e de atenção com relação a saúde mental dos profissionais é um dos destaques positivos da corporação e vem recebendo investimentos contínuos.
SOLUÇÃO EPSSO
A EPSSO possui um quadro de profissionais multidisciplinares que auxiliam empresas de todas as esferas a priorizar a saúde e a segurança dos seus trabalhadores.
Dar atenção e incentivar a busca por tratamento de saúde mental é essencial e uma das maneiras de construir um ambiente de trabalho e uma sociedade mais saudável e longeva.
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